quarta-feira, outubro 31, 2007

Será amor..


Ultimamente tem-me faltado o engenho e a arte para fazer alguns trocadilhos com as palavras. Para ser sincera, faltam-me mesmo as palavras, a capacidade de verbalizar. Nem os meus sentimentos sou capaz de expressar.


A vida nos últimos meses tem-me feito pensar em muita coisa... em realidades que me parecem irreais.


Afinal existe AMOR? O que é essa palavra? o que significa? São poucas, acreditem, as pessoas capazes de amar verdadeiramente... A maioria apenas gosta... ou está apaixonada...


Amar é muito mais. Amar pressupões que antes se goste, se aprecie, se sinta a falta, se admire.

O amor é intemporal. O amor é para sempre... e para sempre é muito tempo. Implica transformações e continuar a amar essas transformações, fisicas, psicológicas e até sociais.

A maioria das pessoas limita-se a paixões de meses, semanas, dias ou apenas uma noite... onde os corpos loucos de deseja se consomem vorazmente... no dia seguinte são desconhecidos. Isto não é amor.


O amor abraça-se com a compreensão. E compreensão não é duas palmadinhas nas costas. É muito mais. Por vezes, só quem nos faz sofrer nos compreende, pois é capaz de nos fazer ver a realidade quando os nossos olhos não se querem abrir, ainda que a luz nos magoe. E depois pegam-nos ao colo e trazem-nos de volta. Deixando-nos munidos dos meios que precisamos para seguir em frente.


Só quem ama é capaz de dizer NÃO!


Amar sem pedir nada nada em troca, sem agradecer... porque quem ama fá-lo de livre vontade e é capaz de tudo. Porque quando se ama tudo o que se quer é amor, nada mais.


O amor é eterno. Nunca se esquece quem se ama nem se deixa de amar.


Agora.. Quantos amarão realmente ajguém ou alguma coisa...? Sim... Quantos serão capazes de aceitar todas as mudanças do tempo e continuar a amar... amar as rugas, a voz rouca, a barriguinha disforme, a calvice, os cabelos brancos, as dentaduras... e depois de 1000 anos dizer: "EU AMO-TE".


Não importa quem se ama... se é a mãe, o pai, marido, namorado(a), o irmão, o cão ou o gato... O importante é amar.


Talvez não seja assim tão fácil!


Mas amar é meio caminho andado para a felicidade. Só quem ama conhece a felicidade.


Serenamente...

segunda-feira, outubro 22, 2007

terça-feira, outubro 09, 2007

Uma réstia de sol


Os dias têm estado muito cinzentos por estes lados. Vento forte, chuva. Uma verdadeira tempestade. O comboio em que viajo avança lentamente. Outra coisa não seria de esperar com este tempo. Está a ser uma viagem muito atribulada. Das poucas vezes que o comboio parou, em nenhuma estação eu fiquei, ainda não era a minha saída. Começo-me a sentir cansada. Mas, no meio do céu cinzento eis que surge uma luz. É o sol a tentar aparecer no meio das nuvens. Sorrio. Afinal já não era sem tempo. Tanto mau tempo, deprime qualquer um.

O comboio avança um pouco mais. Parou. Chamaram por mim. É a minha paragem. Mas assim, que chego á estação, regressa o mau tempo. Que nevoeiro terrivel. Não consigo ver nada. Assim não posso ir a lado nenhum. Sou obrigada a ficar na estação. Pode ser que o tempo melhore. Mas tenho algumas duvidas. O comboio espera por mim. Quem me dera que este comboio me deixasse em qualquer uma estação e se fosse embora sem mim. Que comigo apenas ficasse a minha bagagem cheia de fatos de treino e o meu instrumento de trabalho (as mãos). Enquanto o nevoeiro não passa regresso ao comboio.
Olho a estação do lado de dentro do comboio, como eu gostava de ficar nesta paragem.

Se houvesse mais uma réstia de sol. Ou se ele voltasse a brilhar com toda a sua intensidade para mim... os meus dias voltariam a ser serenos.

terça-feira, outubro 02, 2007

Só mais um desabafo


Voltei para desabafar um pouco mais…
Para vos contar um pouco daquilo que me tem acontecido.

Quando vamos para a faculdade os nossos amigos mais próximos também vão. Uns têm a sorte de ficar na terra que querem, outros distanciam-se. Quando acabamos o curso e regressamos a terra natal parece que já nada nos pertence. Não conhecemos as pessoas que lá estão. Os nossos amigos já não estão lá… é uma sensação estranha. Mas depressa nasce um sentimento de esperança. Afinal temos (ou tenho) um curso. Trabalhei. Esforcei-me. De certo que vou encontrar um emprego e vou voltar a encontrar e a estar perto dos poucos que ainda considero amigos. Foi assim que pensei.

Mas não foi assim que aconteceu. Vieram as férias de verão e com o projecto “Pianíssimo” e a enviar currículos para todos os sítios mantive-me entretida. Também tinha a pessoa que amo comigo. Agora que todos voltaram para a escola ou para a faculdade deparo-me sozinha. Sem emprego. Sempre em casa. Sem projectos.

Sinto-me meio morta! Uma morta viva! Sempre fui “hiperactiva”. Imensas actividades. Mil e um projectos. Sou perfeccionista. Sou lutadora e até hoje foi isso que me fez conseguir tudo aquilo que queria. Agora deparo-me com a palavra desemprego e pergunto-me… “Afinal de que valeu o sacrifício? Para que serviram tantos anos na faculdade? Tantas noites em branco para acabar com uma média em condições?” Pois já tenho a resposta. Não valem de nada.

Deito-me de lágrimas nos olhos e levanto-me do mesmo modo. Não há direito a independência. Pois neste momento se não fossem os meus pais, não me safari. O sentimento de impotência acompanha-me. A esperança começa a desaparecer.

Todos os trabalhos são honrados. Mas nem fora da minha área (fisioterapia) há esperança.

Acho que não me vou queixar mais! Vou continuar sozinha e sem nada para fazer. Perdida na terra de ninguém.

Até um dia mais sereno do que o actual…