terça-feira, fevereiro 07, 2006

Aprisionada...

Regressei á cidade invicta. Recomeço um novo semestre. Muito trabalho espera por mim. Aulas, seminários, estágio. Como eu detesto esta faculdade! As pessoas deste sitio são deploráveis. Poucos são os "humanos" por aqui. Se eu pudesse voltar atrás, nunca teria vindo para este sitio, que até agora só me trouxe sofrimento. Tudo bem, eu sei que até tenho jeito para o curso. Mas não se avalia a vida de uma pessoa pelas notas que tem. Desde o primeiro ano, que vim para aqui, que quase todos os dias choro. Contudo, não invejo as pessoas que sorriem. Pois o seu sorriso não passa de aparência. Por dentro gritam. Talvez mais do que eu. Sinto-me aprisionada aqui. Talvez por esta ser desde o inicio uma faculdade de alto gabarito, por estarem aqui os "filhinhos dos senhores fulanos de tal". Nesta faculdade tudo se rege pelo dinheiro. Não há valores. Quem tem dinheiro é rei. Quem não tem é posto de parte. Avaliam-se as pessoas pelas grandes marcas e pelas ultimas modas, pelos telemoveis topo de gama, pelos carros de alta cilindrade... Esses têm tudo. Eu aqui não tenho nada. Mas lá fora também não terei muito mais. Não tenho amigos aqui. Não gosto de estar aqui. Sou excluida, porque a minha conta bancária tem muitos zeros á esquerda. Não consigo perceber esta forma de vida. Sou simples de mais para esta vida. Porque é tão hipócrita e arrogante este mundo? Por que será que são tão poucas as pessoas autênticas? Onde estão os justos? Não sei viver assim. A minha vida precisa de ter uma pancada saudável. Aqui apenas existem cópias de tudo o que já foi feito. De tudo o que já foi dito. Não sou daqui. Refugio-me mais uma vez, no som... ouço um leve chilrear... Por entre, os ruidosos sons da cidade, um pássarao insiste em expressar o seu canto... sinto-me um pouco como ele... aprisionado naquela cidade... Longe do emu habitat natural... Preciso de respirar a minha música... de fazer chorar o meu violino... De cumprir o meu ritual...
chora agora o violino, entre agudos estridentes de revolta...

2 comentários:

calbertoramos disse...

Queria o conforto de uma palavra para entenderes que nem tudo será tão mau por aí.Mas que palavra?
...Ou um gesto, mas que gesto?
Está nas tuas "mãos" a liberdade do pensamento,e daí à liberdade de expressão é um saltinho...

K'os disse...

A vida é feita de muitas coisas dessas que estás agora a passar e a atravessar.

Não queiras fugir, luta, enfrenta e vence.

Não te esqueças só quem enfrenta consegue o seu objectivo.
Quando somos crianças cuidam de nós, e ensinan-nos.
Depois soltam-nos e temos de saber aplicar o que nos ensinaram e acima de tudo a saber ganhar força e coragem para aguentar.
Pois todos os ensimamentos que tivémos deles às vezes esqueceram-se de nos ensinar a ter força e coragem.

bjs
:)