sábado, agosto 26, 2006

O tempo contra mim...



Avizinha-se mais um ano académico… Sou finalista!
Se tudo correr bem estarei no porto a tempo inteiro apenas mais seis meses. Depois vem o estágio. Apesar do intenso trabalho que se tem enquanto estagiários, é preferível cair para o lado de tanta massagem fazer, do que ficar fechado dentro de uma sala a ouvir um homem a debitar matéria (muitas das vezes sem saber o que diz!).
Devia estar feliz, pois estou a acabar o curso. Mas não estou.
Tenho o tempo contra mim.
Quem nunca sentiu necessidade de pegar na pessoa que se ama e desaparecer por uns tempos? Quem nunca sentiu necessidade de tirar umas férias com a família? Quem nunca precisou de fechar a porta, apagar as luzes, e sentir-se pequeno nos braços de quem se ama? Quem nunca precisou de um carinho, uma palavra de apoio?
Eu preciso de tudo isto e talvez mais. Preciso de alguém que me ame em todo o sentido da palavra. Alguém que se lembre de mim, dos meus sentimentos, das minhas necessidades... Preciso de alguém com um braço forte que me faça perceber os meus erros sem me magoar. Alguém que saiba como limpar as lágrimas e não provoque mais.
Preciso de tempo! Preciso de sentir que para além do corre – corre apressado do dia a dia existe um espaço para nós, que não é comando pelo tic-tac dos relógios. Preciso de sentir que sou importante para esse alguém. Que mais do que uma paixão sou o amor da sua vida. A única mulher que ama. Não uma mera amiga íntima com a qual um homem se pode divertir…
Preciso de sentir uma espécie de família. Tenho necessidade de saber que está tudo bem.
E a família? O tempo na família é traiçoeiro. Leva-nos os que mais amamos. Deixa-nos apenas as recordações. Fica-se com a sensação que nunca se fez tudo. O tempo debilita-nos o corpo e a mente de uma forma quase que imperceptível. E quando abrandamos o passo e nos damos conta, por vezes é tarde demais.
Não gosto do tempo. Não gosto dos relógios apesar de os usar constantemente.
Vou-me deixar ficar, a pensar como seria viver sem o tempo. Sem saber a hora, o dia, o mês, o ano… a idade sem importância…
Em serenos sobressaltos.

2 comentários:

Tozé Franco disse...

Bonita reflexão. A imagem lembrou-me a Persistência da Memória Salvador Dali.

calbertoramos disse...

Bem...um sobressalto "sereno", também quero!!!
Quanto ao resto do texto... pois pois- o Porto! Cá por mim, sou do Benfica, apesar dos sobressaltos nada serenos...
Mais? Ups, o maestro tem de tirar um novo curso.Depois explico.
:-)
Um beijo do "tio da província"!